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quinta-feira, janeiro 22

Hóspede da semana :: Luciano Pontes

A Trupe hospeda por uma semana aqui no blog o artista Luciano Pontes, divulgando o seu conto O GIGANTE DO JARDIM.
Luciano é ator, palhaço, cenógrafo, figurinista, escritor. Tem formação livre em teatro e dança. Estudou desenho e pintura na UFPE e participou de vários espetáculos de dança e teatro em Recife. Cria também projetos de cenografia e figurinos para teatro. Atualmente integra o elenco de atores palhaços do programa Doutores da Alegria Recife. É autor dos livros O Carrossel do Tempo, Ouvindo as Conchas do Mar e Uma história sem Pé nem Cabeça publicados pela editora Paulinas. E Em Briga de Irmãos quem dá Opinião? Pela Editora FTD.

Ajudem-nos a divulgar mais este trabalho e boa visita!

O Gigante do Jardim

Para Allan Cravo

Há um gigante no jardim mãe, ele dorme! Olha pai! Parece sonhar. Com que será que sonham os gigantes? O menino pensou sem falar. Passou o dia de olho na janela e a cidade nem parecia notar aquela presença gigantesca ali.
Mãe, ele deve sentir frio quando o sereno chega, será?! Num sei meu filho, tenho coisa melhor pra pensar! Mas tem um gigante no quintal. Isso passa meu filho, isso passa. Faz de conta que ele não está.
O menino pensava e não parava quieto, juntou um pouco de coragem e foi ao quintal e forrou com folhas secas ao redor do corpo do gigante. Ele parecia sorrir, depois o menino voltou correndo num pé só. Dia após dias ele observava da janela e o gigante parecia diminuir. Então o menino procurou ajuda nos livros antigos do seu avô, em vão! Queria entender, saber por que, eram tantas interrogações, tantas exclamações que os livros não sabiam responder.
Deve se sentir só um gigante!? Pensou o menino sem falar e passou a ficar ao seu lado mesmo um pouco assustado. Olhava acanhado por debaixo da testa e voltava correndo o rosto com pressa. Da primeira vez o silêncio fazia música. O que falar pra um gigante? Da segunda vez levou o álbum de fotos da família e contava das pessoas e coisas. Da terceira vez, falou do seu dia na escola... O menino se apegava mais e mais ao gigante, ele já não parecia tão grande assim. Até que um dia, depois de podar as flores que cresciam ao redor do gigante foi dormir e um duende verde de cachinhos dourados lhe apareceu em sonho.
Agora ele vai ter que ir, não chore! Não tem por que. O gigante caiu da cama no céu e sonâmbulo sonha. Depois de muito andar encontramos ele aqui, os gigantes tem que ser gigantes, não podem diminuir. Por tanto cuidado faremos um trato, tudo não passará de um sonho, mas não se aprece um dia será recompensado.
Noutro dia o menino parecia sentir falta de alguma coisa, e passava de quarto a quarto, de sala em sala numa agonia só. Continuava olhar pela janela e o tempo parecia brincar sem cumprir as obrigações. Foi até ao quintal e brincando entre as formigas achou uma chave, retirou com cuidado e colocou no bolso. À noitinha o sono bateu cedo e deitou antes mesmo que o sol fosse embora, sua mãe estranhou. Deitou-se e cobriu com frio até o peito, era tanto sono que antes mesmo de deitar já dormia e sonhando uma porta apareceu. Achou esquisito, a porta era menor que ele, parecia casinha de rato, mas a chave parecia do tamanho certo. Esfregou o olho embaçado e enfiou a chave na portinha e um facho de luz invadiu e se expandiram pelos cantos todos do quarto. Enfiou primeiro o dedo e depois a mão foi entrando e sem muito enforco tudo parecia encaixar. Por fim, estava do outro lado, mundo claro, e tudo parecia menor que ele, um gigante se sentia. Deu o primeiro passo e o perigo de esmagar algo, formiga fora formigueiro, flor desabrochada, fruta esparramada... Ousou pular e ganhou os ares, era leve voar e longe, de cima, via o mundo abaixo. Percebeu que gigante também era, aquilo não parecia sonho, o menino não pesava e em sonho voava. Dizem que foi assim, sem tantas explicações que até hoje a cama de seu quarto encontra-se forrada á espera de sua volta. Dizem também que se encontram no mundo gigantes de vários tamanhos e cabe nós vê-los por cima até achá-los.
Luciano Pontes
Para conhecer mais o trabalho de Luciano Pontes visitem:

5 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom Luciano!
Parabéns por esta Rede Trupe!
uma ótima semana!
orlando

Luciano Pontes disse...

Valeu Orlando!
Espero que tenha descoberto o gigante adormecido.
abraços
luciano

Anônimo disse...

Olá Luciano.
Assisti a tua entrevista, hoje de manhã, e vim procurar teus trabalhos. Achei a história do gigante super legal, você está de parabéns pelo teu trabalho, só ser um Dr. da Alegria já faz tudo valer a pena.
Augusto

Anônimo disse...

Um gigante não é gigante pelo tamanho que tem, mas sim pela forma que os outros o olham. O olhar alheio é que engradece os ditos "gigantes" e são esses olhares, ou essas formas de olhar, que "engigantecem" o coração de um pequeno gigante.
Gigante não sou eu, mas a emoção que fica acolhida nas folhas secas ao meu redor.
Beijos

Izabela disse...

Maravilhos!!
Luciano vc é demais!!