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segunda-feira, novembro 29

Teatro!

Novembro chega ao fim.
Outra vez a cidade está tomada por festivais...
Sim, o segundo semestre é deles, os festivais.
Este ano felizmente havia o que ser visto e mostrado.
A produção de artes cênicas foi bastante generosa.
Já deu pra perceber como as coisas se comportam aqui,
se os apoios aparecem, temos safra, se não aparecem aí já viu.
Bem, isto pode servir pelo menos para aprimorar
o planejamento para pesquisa, produção, distribuição de verbas
e exibição. Na parte de exibição, temos o maior gargalo.
Gosto desta palavra (gargalo), ela é bem vista pelo poder público,
políticos de todas as matizes usam-na para falar mal
uns dos outros:
E os comentaristas de economia tb gostam.
Bem, mas é isto mesmo. Não adianta muito produzir,
sem ter onde apresentar. É só somar 2+2. Não vai dar 7
nem com muito esforço inflacionário.
Puxa, mas eu me distraí. O objetivo hj era falar de
dois espetáculos que vi na cidade este mês. Novembro.
Peças completamente diferentes.
Vou começar pelo SER,O NÃO SER, que fui ver no
teatro Joaquim Cardozo.
Um espetáculo de formas animadas, feito por jovens artistas
que souberam construir algo belo e sensível.
O trabalho utilizou-se de técnicas de manipulação e luz negra,
para dar vida aos sentidos, as coisas, aos 'bonecos',
para nos divertir e fazer pensar (sim, que estas coisas
podem andar juntas).
Como nós somos formados? Pedaço por pedaço?
E se eu perdesse o meu nariz?
Eu tentaria de todas as maneiras encontrar meu nariz,
com um olho olhando para o norte outro para o sul.
Como quem tenta encontrar alguma coisa fugidía.
Claro, que narizes, não suscitam realmente a imagem
de coisa fugidía, etérea, mas quem é que tá falando
de nariz aqui? Então por favor faça um esforço.
Eu me diverti pensando, coisa que afinal de contas
não é tão difícil assim, e que os artistas recifenses
deveriam praticar mais.
A peça tem momentos tão lindos, suaves
bem cuidados
e outros que não gosto muito. Como a vida.
Certo, não gostei muito da música.
Não as obras musicais usadas, mas a aplicação
das mesmas... muito som, pouco silêncio.
E o silêncio é uma benção para a arte.
Espero que a Trupe Bonecos do Capibaribe,
continue trabalhando e pesquisando esta maravilha
que é o teatro de formas animadas.
No boneco a vaidade do ator não tem chance.

Vi também MEMORIA DA CANA.
Que beleza de peça, bons atores, bom texto
sonoplastia e direção.
É uma montagem de Nelson Rodrigues,
uma das poucas que gostei até hoje, pois não suporto
aquelas montagens que imitam o que a
rede globo fez com a obra de Nelson Rodrigues.
E não faltam montagens deste tipo,
algumas até muito elogiadas por aí,
todas iguaizinhas, sem criatividade e ousadia.
MEMORIA DA CANA, está bem longe destas montagens.
O trabalho é bem cuidado,lindo, com uns cheiros e sons
que evocam ancestralidades, que encantam.
Um texto que flui como água
na boca de atores experientes e preparados.
Sim, que Nelson Rodrigues é poesia escandalosa
e é preciso ter fibra e doce. Como a cana-de-açucar.
Nós estávamos todos envolvidos num partido de cana
dentro de casa, espiando os quartos, a sala, a cozinha
as almas, os antros.
Só Nonô, estava livre, solto e perturbado.
Nonô, um dos filhos...
Como seria bom, que uma peça como esta ficasse em temporada
aqui pelas bandas do Recife.
Como é bom ir ao teatro, conhecê-lo mais
e ter com ele uma amizade sincera, que exige e que perdoa.
Muitos não frequentam o teatro, por não terem acesso,
por não entenderem ou por outros motivos.
Aqui, temos até um incrível fenômeno,
alguns professores de artes cênicas, nunca vão ver
o que se passa no teatro da cidade.
Bem, isto é material para outro post.
Quiz trazer um pequeno exemplo
do que é possível ver por aqui...
Broadway e off-Broadway.
Fico por aqui, por hora. E Viva o Teatro.

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