Google-Translate-ChineseGoogle-Translate-Portuguese to FrenchGoogle-Translate-Portuguese to GermanGoogle-Translate-Portuguese to ItalianGoogle-Translate-Portuguese to JapaneseGoogle-Translate-Portuguese to EnglishGoogle-Translate-Portuguese to RussianGoogle-Translate-Portuguese to Spanish

quinta-feira, maio 13

A resposta da PCR

Publicamos a resposta da Assessoria de Imprensa da PCR aos nossos e-mails, primeiramente ao de Samuel Santos, sobre o posicionamento da Prefeitura em excluir programação local na comemoração dos 160 anos do TSI.

Que fique claríssimo que não há de forma alguma uma antipatia, uma xenofobia contra artistas reconhecidos pelo grande público e aclamados pela crítica. Bibi Ferreira, Marisa Orth, Nathalia Timberg e Rosa Maria Murtinho são belíssimas artistas, um grande presente para o público.
Mas e a classe artística local, será que nada do que é produzido em Recife tem qualidade para compor a programação? E o reconhecimento dos trabalhos de coletivos de dança, de teatro, artistas que desenvolvem pesquisas continuadas, sem apoios públicos, sem patrocínio de nenhuma ordem, onde está? Não é com palavras apenas que queremos este reconhecimento. É com atos!
Essa comemoração seria uma boa ocasião para demonstrar a parceria entre a classe artística local e o poder público. Em um momento importante como esse para o teatro na cidade, gostaríamos de mostrar que o teatro local não está morto e sepultado e que temos gente boa trabalhando, temos produções bonitas, alegres e vibrantes. Integrar essa programação é um direito nosso, conquistado com nosso trabalho.
Não temos uma expressão nacional? Não conseguimos atrair o público local? Isso também é responsabilidade do poder público. Inexigibilidade de Licitação, entendemos, só não dá pra entender como pode surgir tanta verba para eventos pontuais como a comemoração dos 160 anos do TSI e nosso fomento em Artes Cênicas ser de R$ 100 mil há anos, dinheiro dividido para cinco montagens é importante frisar.

Como pode o Centro Apolo-Hermilo, estar tão mal equipado? Faltam refletores, falta som estéreo, falta um espaço de convivência para o público, falta verba, falta pessoal qualificado, falta um blog ou um site, falta uma divulgação constante da programação, falta formação, falta tanto. E vemos desde administradores a técnicos sobrecarregados, trabalhando sem condições mínimas. Falamos sempre do Apolo-Hermilo porque lá é o nosso espaço. Não é um local somente para abrigar apresentações, mas é, especialmente, para experimentações e estudos.

Me digam, como alcançar uma excelência artística num cenário como esse?
As limitações são tantas que, quando se consegue pauta nos teatros da cidade, a criação esbarra em más condições técnicas. E isto acontece em outros espaços administrados pela PCR também.

Prefeito, Secretário, façam a parte de vocês. Invistam nos equipamentos, no pessoal, na publicidade, na segurança, pois nós aqui estamos fazendo arte!

Viviane Bezerra


Carta resposta
Em resposta aos e-mails – o primeiro assinado pelo Sr. Samuel Santos e o segundo anônimo - que estão circulando convocando a classe para ato público em frente ao Teatro de Santa Isabel, baseando-se em matéria publicada no Diário de Pernambuco no último dia 11 de maio, a Prefeitura do Recife esclarece que:

· O Prefeito João da Costa em momento algum desmereceu o valor da produção pernambucana. A matéria do Diário de Pernambuco descontextualizou a fala do prefeito do Recife, provocando no leitor a falsa idéia de que a Prefeitura do Recife não abre espaço para a produção local. O equívoco da informação publicada no referido jornal pode ser comprovada por arquivos de áudio e vídeo feitos no momento e no local da entrevista coletiva, realizada no Salão Nobre do Teatro de Santa Isabel no dia 10 de maio. A comprovação do equívoco pode ser feita ainda, através da leitura das matérias publicadas pelos outros veículos presentes à coletiva, que não registraram a abordagem do Prefeito do Recife com esta conotação.

· Na mesma matéria, a repórter coloca que a diretora do teatro de Santa Isabel, Simone Figueiredo, pretende evitar o “repertório cansado” da cena pernambucana. As aspas utilizadas pela repórter levam a crer que esta colocação saiu da boca da gestora, algo que nunca aconteceu. Os arquivos de áudio e vídeo também comprovam que em nenhum momento a diretora do equipamento da Prefeitura do Recife proferiu tal barbaridade. Vale lembrar que Simone Figueiredo, antes mesmo de pertencer ao quadro de gestora de equipamento é atriz e produtora cultural, logo, seria no mínimo incoerente que a mesma desdenhasse de si mesma.

· A Prefeitura do Recife informa ainda que somente no decorrer do ano de 2010, 18 espetáculos locais foram apresentados no Teatro de Santa Isabel. De 2008, até esta data, foram 137 montagens locais. É preciso deixar claro ainda que a grande maioria dos espetáculos locais montados no Teatro de Santa Isabel tem ISENÇÃO TOTAL OU PARCIAL no pagamento da pauta, ao contrário do que acontece com os espetáculos vindos de fora. Este expediente é utilizado pela PCR com objetivo de apoiar e impulsionar as produções realizadas por profissionais do Recife e do Estado.

· Sobre a afirmação em que o missivista anônimo alega que o espetáculo de Bibi Ferreira não é uma homenagem aos 160 anos do Teatro de Santa Isabel, a Prefeitura do Recife informa que Bibi Ferreira fará a sua apresentação juntamente coma Orquestra Sinfônica do Recife, fato que comprova o caráter especial das duas apresentações. Vale acrescentar que no release enviado pela própria produtora executiva da artista lê-se: “A atriz Bibi Ferreira se prepara para duas apresentações muito especiais no Recife, dias 18 e 19 de maio, quando participará das comemorações dos 160 anos do Teatro Santa Isabel. E para Bibi esse convite é muito especial, pois além do prazer de ser acompanhada pela Orquestra Sinfônica do Recife, a atriz adora a cidade e de lá sempre tem grandes lembranças.”

· Ainda no email cujo autor covardemente esquivou-se de assinar, existe um questionamento ao critério da inexigibilidade aplicado na contratação do espetáculo de Bibi Ferreira. Sobre este ponto, a Prefeitura do Recife esclarece que a forma de contratação de espetáculos artísticos prevista na legislação vigente é a direta, através de inexigibilidade de licitação com base no art. 25, caput, da lei 8666/93, razão pela qual a vinda do espetáculo mostra-se completamente consonante com a legislação atual. A inexigibilidade é aplicada quando há inviabilidade de competição, o que se aplica neste caso, uma vez que a artista Bibi Ferreira é, possivelmente, o nome mais representativo do teatro e da música brasileira na atualidade, cuja importância para o cenário cultural do Brasil é inquestionável.

Expostos todos os fatos, a Prefeitura do Recife, como sempre, se coloca à disposição para manter o debate e a participação popular pelo qual é conhecida em todo o País, nos fóruns concernentes ao assunto.


Assessoria de Imprensa
Prefeitura do Recife

2 comentários:

Adriana B disse...

Sempre o mesmo tema, sempre o mesmo enredo. Gostaria de saber até quando essa desvalorização morará entre nós. É entristecedor.

Calixto Neto disse...

Dizer que Bibi Ferreira "é, possivelmente, o nome mais representativo do teatro e da música brasileira na atualidade" (sem questionar o seu inestimável valor para a cultura brasileira) é pouco, muito pouco. Dentro dessa programação, a curadoria me parece mais ser baseada nos critérios do gosto pessoal das pessoas que convidaram os espetáculos do que uma preocupação em levar algo realmente representativo para a atualidade do teatro brasileiro. Bibi tem sim de estar nessa programação, mas e todo o resto que acontece, pulsa, representa e transforma o teatro de hoje no Brasil e - principalmente - em Recife??? Sim, o teatro pesquisa, questiona seu tempo, fala de sua gente, ideal para uma homenagem a um teatro que resiste ao tempo e às transformações da cidade e da classe artística, que parece não ter melhorado de situação na relação com o poder público nesses 160 anos. Uma pena ver um governo jogar oportunidades no lixo. Pior, no lixo dos outros, que não têm sequer interessem em reciclá-las.