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sábado, maio 15

A matéria do DP

Para quem não leu, postamos a matéria do DP sobre o Ato que faremos na segunda em frente ao Teatro de Santa Isabel.
Frases como "estopim de uma bomba", "a classe acordou", "não há interesse", me chamam muita atenção por que parecem sair da boca de todos os artistas, como um grande coro que estava meio engasgado, abafado, ou sei lá se estávamos meio surdos uns com os outros.
Segunda, dia 17/05, o Ato está de pé em frente ao TSI.
Vamos lá!

Viviane.


Abaixo, matéria do Diario de Pernambuco, escrita por Pollyanna Diniz.
15/05/2010.

Um abraço de alerta

Um abraço ao prédio do Teatro de Santa Isabel. Essa foi a forma encontrada pelos artistas pernambucanos para celebrar a importância de um dos 14 teatros-monumento do país na comemoração dos seus 160 anos. O ato, marcado para a próxima segunda-feira, às 20h, não faz, no entanto, parte da programação oficial divulgada pela Prefeitura do Recife - que tem, como carros-chefe, nomes como Bibi Ferreira, Natália Timberg, Rosamaria Murtinho e Marisa Orth.
O abraço, segundo os diretores, atores, produtores, não significa um protesto contra a escolha dos artistas nacionais para a programação especial, mas contra a falta de representatividade regional na comemoração (da área de cênicas, já que Sa Grama e a Orquestra Sinfônica do Recife vão se apresentar) e contra, segundo a própria classe, falhas (ou mesmo a ausência) de uma política pública para as artes cênicas.

Desde que a programação foi divulgada pelo prefeito João da Costa, pelo secretário de Cultura Renato L e peladiretora do teatro Simone Figueiredo, durante uma coletiva de imprensa esta semana, os artistas começaram a se articular através de e-mails. Mesmo com uma carta-resposta divulgada pela Assessoria de Imprensa do Recife, inclusive afirmando que a matéria do Diario descontextualizou as palavras do prefeito, o movimento só ganhou força. Um dos combustíveis para a articulação foi a publicação no Diário Oficial dos valores que serão pagos aos artistas nacionais que participarão das comemorações do aniversário. Para duas apresentações de Bibi Ferreira, por exemplo, a prefeitura vai desembolsar R$ 126.328,43.

"A qualidade da produção que virá ao Recife é inegável. Estamos recebendo espetáculos que possivelmente não viriam por uma produção independente, mas sinto falta, numa casa que tem a tradição da cultura pernambucana, de não ter a representatividade do teatro e da dança", afirma o diretor Romildo Moreira. "Essas reclamações acontecem também pela falta de uma política do que deve ser ou não apresentado no Santa Isabel. A política não é clara, de como a produção local pode ocupar a pauta. Onde isso está escrito?", complementa."Na condição de diretor de teatro e militante cultural, o que eu posso dizer é que é uma pena o Recife comemorar os 160 anos do Santa Isabel sem a presença forte do teatro e da dança recifenses", avalia José Manoel.

Para o encenador, ator, cenógrafo, figurinista e professor Marcondes Lima, o episódio "é só o estopim de uma bomba". "Não tenho nada contra Bibi Ferreira ganhar R$ 100, R$ 300, R$ 500 mil, porque ela tem um vínculo inquestionável com a história do teatro e com o Santa Isabel. O fato é que a política cultural para as artes cênicas é completamente inexistente. Podemos ver isso até por quanto os administradores recebem para trabalhar nos teatros municipais", afirma. "Para mim, o bom modelo de fomento à arte é o inglês, o francês, onde o estado é que banca mesmo. Na Inglaterra, por exemplo, cultura e educação estão juntas. Aqui cultura e turismo andam juntos. Acho que há um desvio de rota".

O diretor Antonio Cadengue diz que é urgente a necessidade de uma discussão mais ampla, de ações efetivas, com relação ao teatro municipal. "Uma dessas ações poderia ser uma escola de teatro efetiva, que a prefeitura poderia bancar, mas não se fala nisso. Não há interesse".

O produtor Paulo de Castro, por outro lado, avalia como positiva a organização dos artistas: "É uma questão de política pública, que é desse governo, do anterior e do outro. A classe se apegou a uma frase do prefeito e acordou. Pode até ser injustamente, mas só o fato da classe, que não se unia há muito tempo, cada um olhando para os seus próprios umbigos, ter acordado, é importante". O produtor sugere que a classe solicite uma reunião com o prefeito João da Costa. "Não adianta dizer que ele é lindo ou feio. O fato é que ele não é dado ao teatro, assim como os outros políticos, com raríssimas exceções. Mas o que eu penso é que devemos fazer com que o prefeito nos receba, até para clarear sobre as nossas necessidades, que nem são tão grandes assim", finaliza.

2 comentários:

Fidelis disse...

Concordo plenamente que Bibi é uma grande atriz, isso já é um fato!
Mas acho que esse dinheiro todo poderia ser melhor utilizado se fosse distribuído pelos nossos teatros pernambucanos, que infelizmente não esta recebendo a atenção que merece.
Abraço;

Jorge André disse...

Muito bom saber que as pessoas que conheci tantos anos continuam interferindo e inquietando-se num país tão repleto de subserviência. A classe artística tem esse dever histórico!!!!!!!