Vem pessoal, vem moçada
carnaval termina com o Galo da Madrugada!
A festa foi boa, apesar de alguns shows pífios,
dos desgastadíssimos, Quanta Ladeira (cheio de gente bonita
e música ruim),Naná e os Maracatus(os Maracatus tem uma rivalidade
tremenda, alguns detestam os outros),
e a tal de apoteose final.
Bons encontros, troças e coisa e tal.
E a eterna e provinciana comparação com a Bahia.
A Bahia tem lá sua regra e seu compasso
e nós temos a nossa linha. Será que a empetur
entende uma coisa destas?
Penso que algumas pessoas aqui em Pernambuco
só ficariam felizes se Leonardo Di Caprio
saísse no caboclinho Sete Flechas,
Hebe Camargo no Bloco da Saudade,
E que as meninas das comunidades fossem
substituidas pelas loiras sem sal e marombadas
dos BBBs e Carnavais Cariocas.
Tem alguma madrinha de bateria que more na comunidade?
É indisfarçavel a tentativa de deixar o carnaval
limpinho e vendável.
A eleição do rei Momo vai neste caminho, não se enganem.
Nada desta gente gorda, feia, banguela e remelenta,
queremos é Ana Hickman puxando um Maracatu.
O Gianecchini como rei Momo.
O carnaval movimenta muita grana
e muita gente se movimenta tb.
Tivemos a grata surpresa de saber que um empresário
pernambucano patenteou a marca
"Bonecos Gigantes de Olinda"
que coisa linda não é?
Muita gente lucra com o carnaval, hotéis, pousadas,
restaurantes, taxistas, o estado, arrecadando impostos.
Parece que quem fica com a menor parte do bolo
são exatamente as pessoas que fazem o carnaval
de pernambuco.
As troças, os blocos, os maracatus,os afoxés e por aí vai.
Claro, o que é meu é meu e o que é teu é meu também.
Chamamos isto de domínio público.
As coisas do povo sempre são de domínio público,
as minhas estão protegidas por direitos autorais,
que mesmo depois da minha morte,
vão garantir uns trocadinhos ou uma fortuna
durante setenta anos a quem quer que tenha
adquirido os direitos sobre minhas obras.
Não deveríamos refletir sobre a possibilidade
de direitos autorais difusos?
Seria uma idéia interessante... será que a Fundarpe,
Secretaria de Cultura, prefeitura tem interesse?
E os blocos, troças, caboclinhos?
Não é para pensar que diversas pessoas
ganhem dinheiro, com o trabalho dos outros?
Que a economia do estado e da cidade recebe importante
injeção de grana as custas da criação artística alheia?
É domínio público, vc pode afirmar.
Sim, como a infalibilidade papal.
Vc acredita só porque o Papa diz, né?
Que tal se criássemos um Fundo e um Selo?
O Fundo seria para apoiar os diversos grupos
que fazem o carnaval pernambucano.
O dinheiro viria de todos os hotéis, pousadas,
restaurantes, que ficam lotados por causa dos turistas
e moradores que saem para gastar, não porque querem
dormir numa cama de hotel, ou porque a comida
daquele restaurante é maravilhosa, mas sim,
em função da diversão que o carnaval proporciona.
O selo seria um reconhecimento. Coisa do tipo,
"Este hotel destina parte dos seus lucros para
o fundo de cultura... este outro apenas se aproveita
da cultura local para lucrar. Faça sua escolha".
Nós faríamos uma certificação, de resorts, budegas,
taxistas. É mais fácil do que parece,
só precisa de vontade política.
A questão dos direitos está colocada, nem fui eu
que inventei.
O direito autoral como está hj, não beneficía
as expressões artísticas populares,
aquelas geradas entre as pessoas mais pobres,
entre as comunidades que tem pouca ou nenhuma representação.
Mesmo que a discussão seja difícil,
acredito que podemos nos aproximar de um entendimento
sobre direitos autorais difusos
de modo a proteger economicamente
quem cria, recria e mantém o que atualmente
todos desfrutam, mas poucos apoiam.
E eu me diverti muito no encontro de boizinhos.
eliasmouret
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2 comentários:
Elias, parabéns pelo texto!
Eduardo Araújo
Bam, o Jude Law ganhou 500 mil pra ficar no camarote e dar selinho na Hebe!
Bam, a Sandy é a garota da Devassa!!
Bam, o Bola Preta superou o Galo!!!
Bam, minha unha tá preta por conta de um pisão de carnaval!!!!
Ainda bem que paixão de carnaval é grátis!
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