Há dias que são infelizes...
Fiquei pensando em escrever um pouco sobre esta
associação de mulheres afegâs.
De lembrar dos perigos do fundamentalismo religioso
e de como os países, em curto espaço de tempo
podem virar um lugar perigoso para se viver
quando tudo depende da religião.
sim, quarenta anos atrás o Afeganistão
não era um país dominado por fanatismo religioso.
As coisas começam de forma simples,
uma proibição aqui outra ali.
(praticamente todas contra as mulheres) um machismo crescente,
líderes religiosos "inspirados"
e brutalidade para todos os lados.
Vou tomar a liberdade de reproduzir aqui
um texto da prórpria associação
e convidar os internautas a visitar o site da mesma.
Os dias infelizes, temos esperança, não duram para sempre.
"Sobre a RAWA"
"RAWA, Associação Revolucionaria das Mulheres do Afeganistão,
se formou em Kabul, Afeganistão, em 1977,
como uma organização político social independente
das mulheres que lutam pelos direitos humanos
e pela justiça social no Afeganistão.
As fundadoras foram um grupo de mulheres afegãs intelectuais
sobe a liderança sargais de Meena ( Meena Keshwar Kamal),
que foi assassinada em Quetta,
Paquistão em 1987, por agentes afegãos da KGB
com ligações a fundamentalistas do partido de Gulbuddin Hekmatyar.
O objetivo da RAWA era de envolver um numero crescente de mulheres afegãs
em atividades político sociais encaminhadas a adquirir os direitos humanos da mulheres e contribuir para o estabelecimentos de um governo
baseado em valores democraticos e seculares no Afeganistão.
Apesar da sufocante atmosfera política,
a RAWA veio rapidamente a se envolver em várias áreas
de atividades político sociais e inclusive na educação,
saúde, economia e agitação política.
Antes do golpe de estado de Abril de 1978 no Afeganistão,
dirigido por Moscou, os ativistas da RAWA
se envolviam somente nas agitações pelo direitos das Mulheres e pela democracia.
Mas depois do golpe de estado e concretamente
da ocupação soviética em Dezembro de 1979,
a RAWA se tornou ativamente envolvida na resistência.
Em contradição com a absoluta maioria de fundamentalistas islâmicos,
os “lutadores da liberdade”’ a resistência anti- soviética,
RAWA, desde o começo invocou a democracia e o secularismo.
Apesar dos horrores e da opressão política, o apelo da RAWA e sua influência creceram nos anos de ocupação soviética
e uma grande numero de ativistas da RAWA
foram mandados a trabalhar com as mulheres
nos campos de refugiados no Paquistão.
Para o propósito de reconhecer as necessidades das mulheres
e crianças refugiadas, a RAWA estabeleceu escolas e acomodações
para meninos e meninas, um hospital para mulheres afegãs refugiadas e crianças
em Quetta, Paquistão com times móveis. Em adição a isso,
foram conduzidos cursos de enfermagem, alfabetização
e treinamentos vocacionais para mulheres.
Demonstrações contra a invasão soviética e seus fantoches,
e depois disso contra o fundamentalismo,
e a implacável denuncia de sua traição e de seus terríveis crimes
tem sido alguns dos objetivos da RAWA.
Como consequência da luta e da agitação anti- soviética,
a RAWA foi marcada pela aniquilação pelos soviéticos e seus seguidores,
enquanto os fundamentalistas islâmicos
descarregaram sua ira nesta organização pelas suas idéias prodemocraticas, prosecularistas e anti-fundamentalistas.
A atitude intransigente da RAWA contra esses dois inimigos do povo
custou muito caro, como foi testemunhado o martírio da líder fundadora
e de um grande numero de ativistas chaves,
mas nós seguimos em frente, apesar dos golpes mortais recebidos,
seguimos lealmente com nossos pricípios.
Com o proposito de propagar nossa opnião,
desejos e objetivos e para dar as mulheres afegãs
conciência de seus direitos e potencialidades,
a RAWA lançou em 1981 a revista bilíngüe Payam-e-Zam (Mensagens das Mulheres).
A publicação desta revista foi estendida e é lançada em Inglês e Urdu
para aqueles que não falam Persa e Pashtu.
Desde da tomada soviética do Gorverno em 1992,
o foco da luta política da RAWA está centrado na oposição contra os fundamentalistas, contra as políticas criminais ultra fundamentalistas
e contra as atrocidades cometidas contra o povo afegão em geral
pelo Taliban e sua orientação ultra machista e contra as mulheres em particular. Apesar dos grandes desafios políticos da RAWA,
um grande trabalho social para com mulheres e crianças que tiveram traumas inimaginaveis esta diante de nós,
mas infelismente nós não contamos com o apoio de ONGs internacionais,
e por isso não podemos realizar nossos projetos humanitários
tão efetivamente quanto gostaríamos.
A “Guerra Contra o Terrorismo” dos EUA,
removeu o Regime Taliban em Outubro de 2001,
mas não removeu o fundamentalismo religioso,
o qual é a causa principal de toda a nossa meséria.
Na verdade, recolocando no poder os senhores de Guerra no Afeganistão,
a administração americana está trocando um regime fundamentalista por outro.
O Governo Americano e o Sr, Karzai
apoiam os líderes criminosos da Aliança do Norte,
que são tão brutais e preconceituosos quanto o Taliban.
A RAWA acredita que a liberdade e a democracia não podem ser doadas,
é a obrigação do povo de um país de lutar e conquistar seus valores.
Sob o suporte do Governo Americano, os inimigos dos direitos humanos,
da democracia e do secularismo se apossaram de nosso país
e impuseram sua religião facista contra nosso povo.
Enquanto o fundamentalismo existir
como força política e militar na nossa terra ferida,
o problema do Afeganistão não será resolvido.
Hoje a missão da RAWA pelos direitos das mulheres está longe de terminar,
e nós temos que trabalhar duro para estabelecer um Afeganistão livre,
democratico e secular.
Nós precisamos da solidariedade e apoio das pessoas de todo o mundo.
www.rawa.org
eliasmouret
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