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sexta-feira, setembro 3

Espetáculos em cartaz

O Acidente


De 26 de agosto a 1 de outubro
Espaço Muda*
22h

info: www.visivelnucleo.blogspot.com

*Rua do Lima, 280 (ao lado da Tv Jornal)














Cordel do amor sem fim

Cordel do Amor Sem Fim se passa em Carinhanha, cidade às margens do rio São Francisco, no sertão baiano. A história trata da paixão de Tereza pelo viajante Antônio, o que põe fim a seu noivado com José. O amor desmedido de Tereza e suas conseqüências é o principal tema da encenação. A encenação transcender todos os paradigmas do popular / regional e coloca “O Cordel do Amor sem Fim” dentro de uma nova perspectiva, de outra possibilidade: a da universalidade,utilizando-se de uma linguagem contemporânea do fazer teatral. O espetáculo é um amálgama de influências e referências que perpassam pelo Candomblé ao Tai Chi Chuan.
Proporcionar ao público o novo, o inusitado, o diferencial o não convencional, o se aventurar é apontado hoje como um meio de trazer esse mesmo publico com mais freqüência a vida cênica de Pernambuco. Assim como a peça trata de amor onde os personagens estão numa rede, numa trama, numa teia de sensações e relações passional e fisiológica com o outro e ambiente queremos também fazer com que o público se sinta preso a esse conceito, atraído emocionalmente interado sensivelmente próximo da obra de arte fazendo parte dela.

O espetáculo foi detentor de 09 indicações na Bienal Nacional Potiguar de Teatro (Natal/2010) e recebeu as premiações de Melhor Cenografia (Samuel Santos), Melhor Ator (Thomás Aquino) e Melhor Atriz Coadjuvante (Agrinez Melo).

Texto de Cláudia Barral
Encenação: Samuel Santos
Produção do Poste Soluções Luminosas
Elenco: Agrinez Melo, Eliz Galvão, Naná Sodré e Thomás Aquino
Músico: Diogo Lopes
Iuminadora: Débora Cristina

Estréia sexta dia 03/09/2010
SEXTAS e SÁBADOS de setembro e outubro
TEATRO JOAQUIM CARDOZO*
20h
Ingresso: R$ 10,00 (preço único)
*O Teatro Joaquim Cardozo fica na Rua Benfica, 157, Madalena.

info: 94157062


Cordel do Amor sem Fim – Antropológico - do Candomblé ao Butoh
A descoberta da origem do homem leva o ser humano há vários questionamentos. Porque diz muito de cada individuo,como se deu sua personalidade,o que influenciou e influencia sua existência, os costumes de onde veio, o porquê de estar em determinado local, sua crendice, seus mitos, o ritual,...
O homem é formado de imagens e através delas é que se constrói outras ainda mais complexas.”As imagens devem ser ,de fato, estudadas por outras imagens”(Gaston Bachelar).Segundo a teoria do imaginário,é através da relação entre imagem e emoção que compreendemos o lugar onde vivemos,os costumes,o nosso papel na sociedade,ou seja,é á partir de nossas influencias culturais muitas vezes incutidas na memória, que formamos imagens e por assimilação de outras ,identificamos nossas origens ou de onde elas vêem.
O mito aguça qualquer indivíduo, porque diz muito de sua origem, explica de forma criativa [viva] lúdica, mágica, sonhada como se deu determinada existência. E este traz uma enorme carga simbólica que permite estabelecer acordos entre os “eus” e o mundo. Os quatros elementos [terra, fogo água e ar] são os signos desse mundo imaginário.
Levando-se em consideração o Mito, o Símbolo, e a construção de imagens para sistematizar o entendimento do mundo e dos eus, é que o espetáculo teatral ”Cordel do Amor Sem Fim” se inicia e principia.
Primeiro dramaturgicamente, a autora já concebe uma enorme carga simbólica onde os quatro elementos impulsionam ações. Uma casa as margens do Rio, onde se mexe com fogo pra se alimentar, se evoca a terra para colher através do elemento farinha, raiz extraída da terra, além de um ar com varias características psicológicas [pesado, leve,...]
A relação com a natureza, o ritual de criação, a busca antropológica que desvenda a afrodescendencia dos participantes e a relação com personagens, “fictícias”,mitológicas que se apresentam em terreiros,em casas,contidas em seus rituais,presas a mitos,se relacionando com esse meio ambiente,com a natureza e daí surgindo sentimentos[amor,ódio,devaneios,transcendências...]
Levando-se em consideração que o Candomblé tem por base a anima [alma] da natureza= anímica e que os Orixás/Inquices/Voduns são uma extensão do homem ou o homem é uma extensão dos Deuses africanos, já que ambos apresentam personalidade naturais do ser vivente[bons,ruins,...]. Pode-se traçar um paralelo entro o espetáculo Cordel do Amor Sem Fim e o Candomblé.
O Candomblé, religião antiga que cultua os Orixás, foi trazido para o Brasil pelos negros de regiões diferentes da África. Engloba varias nações, mas as mais conhecidas no Brasil são: Ketu ou Nagô,que se destaca em termos de pesquisa acadêmica,essa nação se origina de regiões Sudanesas,de cultura Yorubá, os deuses são chamados de Orixás,as línguas rituais desses cultos é composta de fragmentos Yorubá arcaico.
A definição dessas nações no espetáculo aparecem diluídas na vestimenta do personagem Madalena, mais voltada para a nação Jeje no modo modesto de vestir-se e na ligação com a família, no formato de saia, axó.Saia de pouca roda,forte no Jeje. Na mistura de dialetos no inicio do espetáculo que pode significar o encontro dessas nações e na sonoplastia do espetáculo.
O elemento água é o fio de ligação do espetáculo, a fluidez da água conduz o caminho da trama e permeia a personalidade das personagens, Carminha, Madalena e Tereza permanecendo nessa ultima onde se percebe a dualidade mulher/Orixá e o que tem de mais marcante no que se conhece de oxum, mulher feminilidade, lascividade,fertilidade...Assim como Exu aparece no José ora homem,ora Orixá mensageiro.
Fluência, leveza, tonalidade, dilatação e contração do tempo do corpo espaço, energia e irradiação contidas no texto cênico , no corpo e no gestual dos atores advêm da referencia das raízes negras (afro-descendentes) com sua religião em seus terreiros onde surgem seres encantados e entidades que se transmutam fazendo dos seus portadores (os pais e filhos de santos) assumirem outros “eus” num processo de energia e irradiação que faz com que seus corpos dilatem, contraiam e assumam a anima e o primitivo de uma forma arrebatadora. Esse processo de incorporação se da em todas as esferas: através da voz, do tempo, espaço numa transfiguração facial e corporal que transcende a realidade cotidiana e nos apresenta a outra realidade: expressionista, surreal , grotesca , encantatória, sonora, musical.
Há no espetáculo um tratamento cenográfico que prima pelo despojamento e que traz uma porta como elemento não só visual, mas simbólico e sonoro. A porta é o meio de entrada fluente de pensamentos ou bloqueio deles. No espetáculo a cenografia, porta, permite a entrada e saída de personagens, muitas vezes fugindo ou recusando-se a sair, essa porta marca a fluência de algumas entidades sugeridas pelo grupo e direcionadas pela encenação e também marca a entrada dos elementos de carga simbólica tão nossos(Pilão,fora de casa,água dentro de casa,entrada do fogo que hora é dentro de casa,hora dentro de um terreiro de candomblé,etc.) a terra está contida na formação cultural dos personagens,peso ,fincar e ñ querer sair,etc.Quando se pega a antropologia pelo significado da palavra: estudo da origem humana. Analisamos isso na construção corporal dos atores,fomos as nossas origens e tem muito de áfrica e muito do Brasil.Os orixás e o clawn,o oriental,enfim a miscigenação.E trouxemos pra cena para construção corporal dos personagens o ir ao fundo das raízes.O visceral,o imaginado,o imediato assimilatório e a construção de um corpo que ao mesmo tempo é primitivo e rebuscado.A construção corporal foi surgindo e no estudo desses personagens de forma inconsciente os elementos estavam presentes(terra,fogo,água e ar).
Assim é o Cordel do amor sem fim.

Um comentário:

blogdosamuca disse...

Agradeço pela matéria. digo matéria pois não temos mais isso nos jornais. Convido voês pra fazer uma cobertura da preparão e do espetáculo. forte abrço